Por Carlos Alberto Januário – Pai adotivo e Pastor
A decisão de adotar uma criança não pode ser motivada por sua carência, medo de ficar sozinho na velhice, desejo de dar uma resposta à sociedade, caso não tenha filhos, tentativa de substituir um filho perdido, problemas em seu casamento, etc.
Se a motivação em adotar uma criança tem como centro você, suas angústias ou traumas, é melhor que você NÃO ADOTE. Casais despreparados para a adoção colocam uma carga a mais sobre a criança adotada, quando na verdade deveriam ser a resposta para o abuso e o abandono que elas sofreram.
Não caia no erro de idealizar uma criança, pois elas são reais e cada uma delas é única. O casal precisa estar consciente de que paternidade tem um preço, um verdadeiro pai paga o preço que for por seus filhos, tira de si mesmo para dar a eles. A falta de compreensão deste preço leva alguns casais a devolvem as crianças para o abrigo, como se elas fossem um equipamento com defeito. Mas crianças não são mercadorias.
Adoção tem a ver com exercer a paternidade sobre uma criança ou adolescente, é o desejo de ter um filho para amá-lo incondicionalmente, estar disposto a investir o que for necessário, tempo, dinheiro, paciência. Então, o foco não deve ser você, o foco deve ser a criança e seu bem estar.
A motivação correta deve passar por um coração que deseja ser um canal de cura para aquela criança, fazer dela um filho, dar-lhe uma família, transmitir um legado. A motivação correta para adotar deve ser a graça, a mesma graça que fez de nós filhos de Deus, que nos aceitou da forma como viemos, nos amou a ponto de dar-nos o melhor: Jesus e o Espírito Santo, a fim de que Seu caráter fosse impresso em nossos corações para a eternidade.
Adotar lhe dará a oportunidade de mergulhar no coração de Deus de uma forma tão profunda que só um pai adotivo pode realmente conhecer.