Por Paula Sales Batista Ramos – Gestora de Projetos Sociais da Fundação Comunidade da Graça
O ato de adotar, que pode vir dos mais diversos motivos: o fato de um casal não conseguir conceber
naturalmente um filho, ou simplesmente a vontade de estender sua família para alguém que não a tem,
expandindo assim seus laços de amor, dentre outros, “traduz uma predisposição natural para se favorecer
a alguém. É ser, sem se quer se pensar, por outra pessoa” (Valter Hugo Mãe).
Para constituir uma família através da adoção, o casal precisa se preparar emocionalmente, dentre outras
questões, para lidar com o que acompanha o ato de adotar: aceitar as diferenças físicas e emocionais da
criança, estar preparado para lidar com a sociedade e com as dificuldades que possam encontrar pelo
caminho, a inserção dessa criança em sua nova rotina, a condução na conscientização de que ela é
adotada, o momento certo para essa abordagem; todas essas questões precisam ser previamente
analisadas. O preparo do casal e de seus familiares é imprescindível quando se trata de acolher uma vida
em sua família.
A decisão de adotar não deve ser a vontade, apenas, de uma das partes, para que não se torne um jogo
de responsabilidades. À medida que a criança cresce e se desenvolve, acompanha consigo muitas
dificuldades e interrogações que, consequentemente, trazem maiores responsabilidades aos pais.
Adotar é assumir, de forma humana, emocional, familiar e conjunta, um novo participante nessa família.
Uma das maiores necessidades do ser humano é a de amar e ser amado. Quando experimentamos o
amor, sentimos um profundo bem-estar que nos afeta física, mental, social e espiritualmente.
Os pais adotivos têm a oportunidade de alargar o seu amor para além dos vínculos da carne e do sangue,
alimentando os laços que têm o seu fundamento no espírito e que se desenvolvem na construção do
relacionamento com os filhos que não foram gerados de modo natural.
Adotar uma criança é um ato de amor incondicional, um ato de acolher ao outro, independentemente de
ter em sua origem o sangue e a natureza geracional dos pais que optaram por criarem essa criança.
Cada idade de adoção traz consigo peculiaridades, mas um bom acompanhamento social e psicológico
tende a fazer da adoção um sucesso.
A adoção tardia ainda é um grande Tabu, mas que pode ser quebrado através do diálogo, do
acompanhamento e das interações com os profissionais, a família e a criança ou o adolescente. Nunca é
tarde para ser adotado nem para adotar!