Por Luiz de Jesus pastor da IBC de Belo Horizonte
Helena, uma menina de 16 anos, trabalhava em uma fazenda no interior de Minas Gerais. O dono da fazenda, um senhor casado, com três filhos, branco, se encanta por Helena, uma menina, negra, sem parentela, com um lindo corpo e sorriso largo.
Em um daqueles dias que não deveriam existir, Helena é assediada por seu patrão e estuprada por ele. Que agressão! Mas a história não para por aí. Aquela menina, frustrada, abatida, descobre em breve que ficara grávida. O comentário roda pela fazenda. Claro, chega aos ouvidos do Coronel (como eram chamados os grandes donos de fazendas no interior de Minas Gerais). Grande foi o susto daquele Coronel. O que fazer? Ele, assustado, imagina seus três filhos branquinhos, agora com a possibilidade de ter uma filho negro, filho de uma serviçal.
Ato contínuo, dá uma ordem àquela menina: – Faça o aborto! – mas a menina não admite tal possibilidade e, contra tudo e todos, prossegue com sua gestação.
Após 9 meses nasce seu filho. O desconforto é geral naquela fazenda e na família do Coronel. Num ato de crueldade, o Corononel compra passagem de ônibus para aquela jovem, negra, semi-ananlfabeta, com seu pequeno filho, enviando-a para a Capital.
Chegando à Capital, Helena e seu filho são acolhidos pelo serviço social, que a coloca para morar em um pequeno barracão, numa das maiores e piores favelas da Capital: a Pedreira Prado Lopes.
Durante grande parte da vida, essa criança convive com um ambiente de bebidas, prostituição e outros males. O que o futuro lhe reservava? Difícil de imaginar que seria algo de bom.
Dando um salto no tempo, Helena começa a trabalhar como lavadeira em uma casa de família, levando o seu pequeno filho junto. Ela tenta dar o melhor que pode a essa criança, tão sem referência. Aos 13 anos, uma notícia terrível, um capítulo arrasador da vida desse adolescente. Helena, sua mãe, sofre um infarto fulminante, vindo a falecer. O que fazer agora com esse menino de 13 anos, negro, sem parentes, vindo do interior?
Mas algo estava escrito na Eternidade. Uma família com oito filhos olha para aquele órfão e decide cumprir o que está escrito na Bíblia – cuidar dos órfãos. Essa é a Religião sem mácula. Aquela família adota o adolescente sem história e sem futuro. Que coisa extraordinária! A adoção muda tudo. Ele é amado, cuidado, faz parte, se sente incluído e acolhido. Como são grandes os efeitos e a importância dessa adoção! O menino estuda, ganha dignidade, ganha Lar, família, irmãos. Um novo homem, um novo capítulo de sua história. Aquela família entrega à sociedade um homem com valores, restaurado, curado das rejeições. Qual seria o fim dessa história se esse menino não fosse adotado? Vale a pena refletir! Tu és o nosso Deus, porque em Ti o órfão acha misericórdia.
Essa é a minha história, esse cara sou eu, Luiz de Jesus, marido, pai, avô, servo de Cristo, pastor da Igreja Batista Central de Belo Horizonte!